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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

OS EXTREMOS E AS MANIAS

OS CAVALOS


Elvis era o tipo de pessoa que precisava levar tudo aos extremos até esgotar o seu
interesse por uma determinada coisa. Chegava a padrões, sem limites e progressivos, de
tornar realidade qualquer tipo de fantasia que tivesse. Dali a algum tempo, perdia o interesse,
e não dava a essa fantasia nenhuma importância. Comportamento este que o cantor sempre
manteve como padrão para a sua vida emocional. Relacionamentos começavam com a mesma
facilidade que terminavam.
De outra ordem é um relato interessante que evidencia o seu comportamento. Elvis,

praticamente em lua-de-mel, deu um cavalo de presente a Priscilla. Em seguida, comprou um

cavalo para que pudesse anelar com a esposa. Comprou dois trailers para colocar os cavalos.
Como quinze pessoas giravam em torno de sua vida vinte e quatro horas, comprou mais quinze
cavalos e quinze trailers para que pudessem cavalgar com eles e guardar os cavalos. Essas
pessoas gostando, querendo ou não (como todos supostamente fossem rancheiros), foram
obrigadas a usar o tipo de roupas adequado ao propósito, tornando-se necessário comprar
dezessete vestuários completos (de botas a chapéus). Ao final, ele afirmou ser preciso comprar
um sítio (Circle G “Graceland”) para guardar os cavalos e os trailers.
Durante o período das filmagens nos anos 60, nos intervalos, o hobbie era ir sempre a
esse sítio para descansar. No fim da década, o hobbie foi abandonado porque já era tedioso
e cansativo.

OS CADILLACS


Outra expressão de seus extremos, mas refletindo preocupações com o futuro (visivelmente
deturpada pelos não-conhecedores dos reais fatos da vida do cantor, principalmente nos
Estados Unidos), era o seu hobbie de colecionar carros.
Fontes afirmam com exatidão que Elvis, no período que serviu voluntariamente o exército,
julgava que sua carreira estava se esvaindo. Perdido, ele pensava que era mais uma manobra do
coronel, desta vez para afastá-lo do suposto fracasso que se apresentava. Indagado, muitas
vezes, sobre o porquê de sua coleção de cadillacs, nessa época, ele respondia que ‘se por
qualquer motivo sua carreira declinasse ou acabasse subitamente, ele teria de onde tirar o
sustento, vivendo das vendas de carros’.

                                                           AS ARMAS DE FOGO


Todos sabem que a América particularmente é o país dos civis armados, e Elvis não era
exceção, além de ter sido um colecionador de armas.
Fatos e filmografias mostram-no atirando e portando armas, em especial para determinados
programas de televisão de que não gostava. O verossímil é que realmente uma ocorrência desta
ordem foi comprovada. Elvis, exigente em suas predileções, não admitia que determinados
intérpretes fizessem representações banais e de pouca expressão de sentimento. Um desses
era o cantor Robert Goulet (atuante até os dias de hoje apresentando-se em Las Vegas), que
na concepção de Elvis não passava de ‘canastrão’. Ao assistir a um programa em que este
se apresentava, Elvis, no meio de uma conversa com Priscilla, disparou contra a televisão.
Contudo, o hábito de dar tiros contra qualquer objeto que lhe despertasse algum interesse ou
antipatia não o abandonou, muito tempo depois.
A ALIMENTAÇÃO E AS BEBIDAS
O processo físico desregrado de Elvis, tanto pela opção de trocar o dia pela noite
como na predisposição a alimentar-se exageradamente, levaram-no a consequências graves
de doenças irreversíveis e principalmente a manias evidentes de um indivíduo que passou
fome na infância, e como mantinha um ritmo de trabalho incessante, acordado, ia dormir à
base de remédios.
As quantidades eram extremas e seus hábitos alimentares irregulares. Billy Smith,
seu primo, nos conta que quando Elvis gostava de um determinado menu, ele passava a
ingerir aquela refeição por longos períodos, sem autorizar a variação desse cardápio. E
não era necessariamente o único a adotar tal comportamento e a ter essa predileção. Todos à
sua volta tinham que manter o referido cardápio, até que ele enjoasse. Muitos, no entanto,
mostravam-se satisfeitos, e após o seu sono serviam-se de outros pratos.
Muito embora o estilo de vida de Elvis sugerisse que ele ingeria altos teores de bebida
alcoólica, Billy Smith novamente nos revela o contrário, uma aversão total. Este fato se
deve a certa vez em que o cantor gostou de um determinado licor de fruta, ‘mandou’ que
comprassem doze garrafas e tomou desregradamente um porre que dali em diante fez com
que ele pegasse total aversão a qualquer outro tipo de bebida.
                                                       
                                 
                                                                            AGENTE DO FBI


Elvis mantinha um hobbie e. um interesse profundo por questões policiais e afins. Em certo
período de sua vida, começou a interessar-se pelos emblemas (badges) dos policiais, adquirindo
gradativamente carteiras da polícia cada vez mais graduadas em várias categorias. Demonstrava
sua aptidão em perseguir traficantes, o que revela seus desejos além da música.
Para conseguir títulos policiais ele tinha que exercer algumas funções mínimas. Algumas
fontes relatam que Elvis realmente chegou a participar de vários cursos na polícia. Já outras
afirmam que esses títulos lhe eram entregues por ser famoso.
Devido a essa paixão pela “ordem e poder” foi que Elvis após uma discussão com Priscilla
e o pai em Graceland em dezembro de 1970, saiu sozinho (raras foram as vezes que isto
ocorreu), tomou um avião de voos diários em Memphis e dirigiu-se a Los Angeles. Na cidade,
encontrou-se com Jerry Schilling (e mais um de seus guarda-costas) e dirigiram-se a Washington.
Sua intenção era ser recebido pelo então presidente Richard Nixon, e solicitar um emblema de
agente do FBI com poderes para atuar contra o narcotráfico.
Mesmo sem dormir desde a saída de Memphis (dentro do avião), Elvis redigiu uma carta
a Nixon (no próprio papel da American Airlines) fazendo essa solicitação e essencialmente
posicionando-se como um verdadeiro americano, diferente de alguns artistas da época.
Neste fato, encontramos situações curiosas, urna delas, que em toda a sua vida o cantor só
redigiu quatro ou cinco cartas de próprio punho (segundo os mais íntimos), uma das quais
endereçada a esse presidente. E outra, é que nesta carta (redigida de forma ingénua como
um relatório), Elvis apontava determinados artistas como anti-americanos: ‘a febre Beatles
que permitia a entrada de conceitos, valores e cultura inglesa na América e protestos contra
o regime americano como os de Jane Fonda que estimulavam os jovens neste sentido’. As
posições desses artistas, segundo Elvis, não eram interessantes para a pátria. ‘Tudo para ser
analisado com cuidado.’
Chegando a Washington (já fora do expediente de Nixon), levou a carta até a Casa
Branca e dirigiu-se a um hotel. Quando chegou a este, já encontrou o retorno do presidente
dispondo-se a encontrá-lo naquele momento. Voltou à Casa Branca e dali em diante passou
a ser um Agente Federal antinarcóticos.
Vinte anos mais tarde, os arquivos do FBI foram abertos (permitido por lei nos Estados
Unidos), e revelaram publicamente essa carta, interpretada em partes.

                       
                                      O JARDIM DA MEDITAÇÃO E GRACELAND


A mansão de Graceland foi a marca mais significativa na vida de Elvis. O sonho
conquistado em sua carreira e os problemas materiais cessados, a partir de 1957, este local
seria o repouso eterno do homem vinte anos depois. Estranha coincidência ou nào, o Jardim
da Meditação foi o local estabelecido por Elvis dentro de sua mansão para suas meditações
e momentos de solidão, e aí ele se encontra enterrado até hoje.
Curiosamente, neste local o mito só foi fotografado uma única vez, quando ao terminar as
reformas, chamou Priscilla para apreciá-las. Segundo alguns relatos, era para o Jardim da
Meditação que Elvis se dirigia para encontrar sua sombra e conversar com ‘aqueles’ que
apareciam somente a ele.
Muitos fãs e pesquisadores da obra do cantor indagam-se porque até hoje não é permitida a
visitação ao anelar superior da Mansão Graceland. Fatos especiais ligados a sua mãe são relatados
de forma dúbia: somente ele entrava no quarto após sua morte. Mantido intacto, da mesma
forma como ela o deixou, era o refugio de sua outra metade, a sombra de si mesmo. Sua avó,
Minnie Mae Presley (a única a que era permitido o acesso ao local), afirmava sentir a presença
de Gladys naquele quarto, onde nem mesmo o pai e a esposa de Elvis podiam entrar. Não havia
contestações, simplesmente porque tudo o que ordenava era prontamente atendido. Ninguém
se atrevia a perguntar-lhe o porquê ou a segui-lo. Ele mesmo quando se dirigia ao Jardim da
Meditação ou ao quarto da mãe, não dizia aonde ia. Levantava-se e saía.
Minnie Mae era uma das poucas pessoas que eram ouvidas por Elvis, principalmente
porque mantinha certas superstições místicas (acentuadas) quando se referia â ligação dele
com a mãe. Ela acreditava que grande parte dos problemas do cantor eram derivados do
trauma causado pela morte da mãe (os remédios para emagrecer e os diversos problemas
orgânicos foram resultantes, ‘segundo muitos biógrafos’, da enorme depressão causada pela
repentina mudança dos padrões de sua vida). Durante muito tempo, o cantor afirmou para
amigos que após a morte da mãe jamais encontrou alguém que o compreendesse de verdade.
A avó faleceu três anos após a morte de Elvis, em 1980.


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